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luanfelipebr authored Oct 28, 2024
2 parents 7b9ead4 + 79d9716 commit 83658da
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30 changes: 30 additions & 0 deletions content/txt/aos-que-vieram-depois-de-voce.md
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author: "Luan Felipe"
title: "Aos que vieram depois de você"
date: "2016-10-26"
description: "Uma jornada emocional após o fim de um relacionamento, explorando a dor da perda, a superação e o renascimento para novas experiências e amor."
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tags: ["amor", "término"]
categories: ["relacionamentos"]
series: ["textos"]
aliases: ["aos-que-vieram-depois-de-voce"]
image: "images/aos-que-vieram-depois-de-voce.jpg"
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Quando as luzes se apagaram antes de você ir, achei que nunca conseguiria encontrar um jeito de acendê-las de novo. Não estava frio e o que eu sentia não era tristeza. Perderíamos o que cada um tinha pelo outro, mas era melhor assim. Abaixamos as armas e nos transformamos em cinzas.

Às vezes, eu corria até as memórias e torcia para ser um conto de fadas. Das cinzas, algo novo para que tentássemos outra vez. Só mais uma. A última. Mesmo que doa, mesmo que machuque. Só mais uma vez.

O peito reclamava da ausência de quem eu costumava conhecer. Só depois entendi que eu não sentia falta de você. Abstinência deixava o corpo paranoico atrás da ilusão de quem você foi para mim. Eu sentia falta de uma sombra, de algo que se perdeu no passado e que, ao meu lado, jamais tomaria forma física.

A amargura na boca existia por não saber em que lugar pisar. Para onde posso seguir? Algum caminho que possa fazer o tempo passar rápido e levar consigo as dores de quem paramos de ser? Algum atalho, por favor?

Enquanto eu mergulhava na perspectiva do nunca, não percebi o que acontecia ao meu redor. Eu nunca me interessaria por alguém outra vez. Nunca sorriria de forma sincera ou teria prazer ao sair na chuva. Meus dias seriam fracassadas tentativas de seguir em frente.

Quando ficou para trás, mesmo tendo partes de você dentro de mim, consegui sorrir ao encontrar um jeito de acender as luzes. Consegui voltar a sentir o gosto de um beijo e o arrepio que os dedos traziam para a minha pele. Me senti confortável para deixar outras pessoas entrarem.

Cada toque e cada beijo me deixavam mais longe da amargura. Traziam para perto as sensações que achava ter perdido e acrescentavam motivo para ter as peles se tocando. Tinham paciência para explorar o que eu havia enterrado sem perceber.

Aos que vieram depois de você, consegui entregar todas as partes de mim que sobreviveram. Entreguei as conversas que não tivemos e a certeza de que minha vida foi melhor do que quando eu estava com você.

> Fotografia de [Joanna Keler](https://www.flickr.com/photos/joannakeler/15979305149).
64 changes: 64 additions & 0 deletions content/txt/caminhos.md
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author: "Luan Felipe"
title: "Caminhos"
date: "2018-12-12"
description: "Texto poético sobre o fim de um relacionamento, explorando sentimentos de saudade, raiva e amor."
draft: false
tags: ["amor", "término"]
categories: ["relacionamentos"]
series: ["textos"]
aliases: ["caminhos"]
image: "images/caminhos.jpg"
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senti sua falta quando acabou
e quando a raiva veio forte e sem filtro.
nas vezes em que xinguei nossa história,
as sua atitudes e a minha desimportância.
tenho saudade da cumplicidade, do companheirismo e
da reciprocidade no carinho.
achava que não te queria de volta.
achava que eu estava bem ao ficar longe de você.
mas eu te quis de volta.
e nesse querer, pensei se havia mesmo reciprocidade no carinho.
bora tentar, com mais força, de um jeito forçado.
to machucado, não está vendo?
bora tentar com a cabeça confusa,
com o peito quebrado.
to machucando? tá doendo?
já estava destruído? doente?
dava pra fazer acontecer, não?
vamos sem respirar.
no final, queria um jeito de qualquer jeito.
explorava todas as formas de mostrar o quão bagunçado eu estava por dentro.
o quão desrespeitado eu me sentia.
pintei minhas dores de neon e torci pra você se importar.
no caos, te querer de volta fazia sentido.
fazer acontecer fazia sentido.
insistir na gente fazia sentido.
mas lá dentro algo gritava:
chega, me ouve. acabou.
gritava: aceita, passou. segue.
cabeça cheia de raiva quem disse que ouve sussurros?
a gente grita. a gente sufoca. tá errado.
demorei pra me encontrar,
para me reconhecer depois do tempo agir.
eu te amo e sinto a sua falta.
faz falta o seu beijo pela manhã e o seu toque.
faz falta olhar suas mensagens e sorrir pelas suas conquistas.
dói não ter o encaixe na hora de dormir.
te disse adeus torcendo pra que voltasse,
pra que percebesse a injustiça na sua voz e o orgulho nas suas ações.
o que eu sou pra você?
cansei de olhar para trás sozinho quando fomos para caminhos opostos,
e juntei numa caixa as partes de mim que ainda alimentavam o nós.
hoje eu sigo, talvez te leve comigo para sempre.
talvez eu abandone essas partes em algum lugar.
sem ironias, admiro sua resiliência.
sua capacidade de evitar o problema de frente e fugir pela lateral.
dá vontade de te dar um soco por isso às vezes. mas eu te amo.
quem dera a gente aprendesse sem tanta briga.
quem dera a gente lidasse um com o outro de forma madura, sem tanto drama.
sem tanto caos.
sem tanta dúvida sobre o que significamos um para o outro.
o silêncio é doloroso quando as relações acabam pela desistência.
48 changes: 48 additions & 0 deletions content/txt/magoa.md
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author: "Luan Felipe"
title: "Mágoa"
date: "2018-08-08"
description: "A mágoa é um sentimento persistente que distorce memórias e cria ilusões. Aprenda a lidar com ela, aceitando sua responsabilidade e cuidando de si mesmo para superá-la."
draft: false
tags: ["amor", "término"]
categories: ["relacionamentos"]
series: ["textos"]
aliases: ["magoa"]
image: "images/magoa.jpg"
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a mágoa gruda.
distorce sentimentos, camufla memórias e reinventa situações.
faz você achar que faz falta, sente falta e sempre falta.
põe um filtro torto nas suas visões e, na fraqueza, sussurra ilusões que fazem sentido.

você sabe que é melhor longe
você tem noção que acabou
você está leve e sabe que há leveza no outro também.
mas há mágoa em você.

e com ela, a paz é torta
a felicidade é sugada
e a perspectiva de melhora deixa de existir.
deixar pra lá e deixar partir viram frases de efeito.

com mágoa dá pra seguir.
a pessoa que te machucou fica pra trás, a cabeça sabe que não volta mais, mas há truques.
a mágoa gruda. suga. sussurra. morde a carne com dentes serrilhados e ganha corpo conforme a gente anda.
a gente segue sem superar, em frente andando de costas e acha que precisa de ajuda pra arrancar o bicho do peito.
ajuda que viria só com palavras de desculpa.
sozinho não quer tocar na dor e não consegue se cuidar.

ai vem a exigência. a dor é minha, só to esperando outra pessoa trazer o placebo.
um contato, um sinal. não tá vendo? doeu. assopra aqui. tira essa dor daqui. por favor?
volta, quero que volte. sei que deu errado, tá errado. mas volta aqui, to com mágoa não tá vendo?

a mágoa fica até ter atenção e ser entendida. é sua, é feia, machuca, mas mesmo assim tem que cuidar.
nos detalhes, você passa a ver que não quer o outro de volta. só queria uma declaração formal de culpa. uma carta reconhecida em cartório. um letreiro neon na Av. Paulista. “Desculpa, fui muleque".

abraça a própria responsabilidade, percebe que ela mesma tem um peso e deixa a mágoa mansinha. desde o princípio, confusão era algo colateral. se ponha no colo.
se exige algo do outro, acha que a cura está lá e não tem amor próprio, a culpa não é daquele que te machucou.
a desculpa é homeopática e ajuda no alívio demonstrando quem se importa. depender disso pra se cuidar deixa de ser saudável enquanto há mágoa crescendo em você. e com a mágoa, qualquer coisa que não venha como você imagina passa a ter a compreensão abstrata, insuficiente. dolorosa.

não há nada de errado com a mágoa existir e andar um tempo contigo.
deixa ela ali e vai cuidando. numa hora, de tanto se cuidar e se preservar, ela cai e a dor que sentia junto com a necessidade de desculpas cai junto com ela.
31 changes: 31 additions & 0 deletions content/txt/monologo.md
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@@ -0,0 +1,31 @@
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author: "Luan Felipe"
title: "Monólogo"
date: "2018-08-02"
description: "Reflexão pessoal sobre o terceiro aniversário em São Paulo, abordando depressão, término de relacionamento, autodescoberta e crescimento emocional através da terapia e escrita."
draft: false
tags: ["amor", "término"]
categories: ["relacionamentos"]
series: ["textos"]
aliases: ["monologo"]
image: "images/monologo.jpg"
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será meu terceiro aniversário em são paulo. três datas com comemorações completamente diferentes uma da outra. eu vim da internet, colocava meus medos em textos, meus aprendizados em vídeos e compartilhava minhas dores com quem estivesse disposto a me assistir. falei sobre minha depressão em vídeo - algo que depois de publicado nunca mais tive coragem para assistir. sei que ajudei uma centena de pessoas com isso e tive meu coração mais leve com todos os abraços que recebi. porém, adquiri receio de me expor.

me encho de receios na hora de escrever e não sei quem eu sou no meio do caos que me tornei. recomecei a fazer terapia, porque sei o quanto me faz bem, mas falta algo - e esse algo tenho quase certeza de que é a escrita. li textos dizendo que signo de peixes precisa se expressar através de algo, seja qualquer forma de arte, e cá está minha lua em peixes fazendo eu sufocar em inúmeras palavras não ditas.

meu relacionamento terminou no começo do ano. não me orgulho das minhas atitudes pós-termino. eu me afogava em raiva e sei agora o quanto ela foi significativa e reflete o quando amei também. me senti desrespeitado, usado e preso em um aquário enquanto quem eu amava partia aparentando não sofrer ou se importar. foram semanas de desequilíbrio, subindo quase até a superfície, porém afundando novamente sem qualquer perspectiva de melhora. eu não aceitava. me debatia mimado atrás de pedidos de desculpas, palavras de consolo ou qualquer sinal de que tudo ficaria bem. eu me negava a afundar, sendo que naquela situação teria sido o melhor a se fazer.

pintei o rosto dele em todos os lugares que passei. o procurava na sombra das pessoas que passavam por mim, nos lugares que frequentamos juntos e em cada mobília do quarto que era meu. ele estava na minha pele, no espaço ao lado do meu travesseiro e nas roupas que eu vestia. ele tinha se tornado grande parte da minha vida e continuava lá, mesmo tendo partido.
uma parte minha seguia para frente, com raiva. outra me puxava para trás e acreditava que faltava algo. eu sabia que precisava aceitar sufocar para seguir em frente, mas sempre fui teimoso. eu segurava nos braços uma versão triste e doente de mim mesmo que não aceitava desistir. era solitário, humilhante e dava pena.

nenhum dia foi fácil. nenhum contato posterior foi tranquilo. o caos na cabeça o repelia, porém o queria de volta. nos esbarrávamos em esquinas e eu olhava para trás na esperança de que ele viria atrás, para conversar, para voltar, para um abraço... términos são mudanças que as vezes a gente escolhe, nem por isso significam que sejam fáceis. porém mesmo em um relacionamento doente, eu não queria ter terminado. e a junção de todas as peças daquele final explodiram em cacos afiados que tento juntar até hoje.

eu não sei quem eu sou. o que eu quero para mim ou o que tenho de positivo para expor ao mundo. falei isso em uma sessão e a terapeuta sorriu para mim: "ótimo, então você pode ser quem você quiser." isso não me tranquilizou, claro, porque sempre queremos respostas apontando a direção mais fácil, mas me ajudou a entender que toda limpeza e arrumação demora.

hoje vejo positividade em meio aquele caos todo. consigo admirar quem amei, separando parte da dor que senti. não tive o que eu exigia, assim aprendi a suprimir essa parte - mesmo ela ainda existindo e ganhando voz quando não tô bem. nada fora do equilíbrio faz bem.

eu venho mudando. aprendi sobre mim, encarei meus defeitos de frente e sei da minha parte ao contribuir para o relacionamento ter adoecido. eu pesei por não me entender. não era o que eu queria, mas era o que minha falta de maturidade permitiu acontecer. abracei coisas que não eram para mim. não me respeitei ou entendi meus limites e me deixei esvaziar até não sobrar nada. a gente apanha até aprender.

olho para frente sabendo da enorme necessidade em reconhecer o meu próprio valor para não entrar nesse caos novamente. abraço meus defeitos, com o corpo nauseado por perceber a quantidade deles, mas entendendo que assim eles não crescerão ao serem ignorados. olho para frente sabendo que vai ficar tudo bem. que as vezes faz falta, que saber da minha culpa não redime a culpa do outro, e que as vezes a saudade aperta, mas que o tempo está fazendo efeito ao passo que me movimento.
2 changes: 1 addition & 1 deletion content/txt/post-novo.md
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Expand Up @@ -3,7 +3,7 @@ author: "Hugo Authors"
title: "Markdown Syntax Guide"
date: "2019-03-11"
description: "Sample article showcasing basic Markdown syntax and formatting for HTML elements."
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tags: ["markdown", "css", "html", "themes"]
categories: ["themes", "syntax"]
series: ["Themes Guide"]
Expand Down
26 changes: 26 additions & 0 deletions content/txt/vem-ca.md
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@@ -0,0 +1,26 @@
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author: "Luan Felipe"
title: "Vem cá"
date: "2018-12-12"
description: "Sobre as complexidades do amor, explorando suas múltiplas facetas - da leveza à dificuldade, da culpa à onipresença, das sutilezas às grandes emoções."
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tags: ["amor", "término"]
categories: ["relacionamentos"]
series: ["textos"]
aliases: ["vem-ca"]
image: "images/vem-ca.jpg"
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Ei, vem cá.
Eu escrevo sobre amor. Está ali no meio do ciúme, do desejo da ausência do carinho e da saudade. Porém, ele vindo assim, continua sendo amor?

A postura muda ao ver que tudo se resume à presença ou falta de amor. Já notou? Leva a culpa por tudo também. Na possessividade, no abuso, na falta de privacidade, no excessivo. É porque eu te amo. Não.

Amor é leve e difícil. Sozinho, está na cumplicidade, na importância que alguém tem para você. No sorriso sincero ou no olhar analítico para ver se está tudo bem mesmo. No universo se expandindo num abraço. Está no denso mergulho na história de alguém. Na positividade. Porém, por ser forte e nunca vir filtrado, amor sempre leva a culpa.

E às vezes a culpa é boa. No desejo, no jogo até o beijo, na paixão e na vontade de ter os corpos mais próximos. Na conversa depois do gemido ou no carinho entre o banho e o adeus.
Não se prende à mistura do desejo ao físico ou a satisfação do sexo. Está no tempo. Na companhia do cinema, nas festas com os amigos próximos e na certeza de que, mesmo sem o eu te amo, a pessoa sabe o que significa para você. Está nas sutilezas.

Amor é a única coisa que se aproxima da onipresença. E escrevo sobre o meu, porque quando é sobre os outros a gente só escuta, não fala. Só tenta entender e não julga. Às vezes dói. Em outras, traz o quentinho no peito. Às vezes, mexe em coisas lá dentro que a gente achava não existir mais. Porém, mesmo quebradas, que bom que continuam ali.

> Fotografia de [Mett](https://www.flickr.com/photos/mettamatt/4717997425).
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